quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O inimigo branco

Sei que este post deveria ser sobre "ausência de humildade". Confesso que já cheguei a escrever as idéias básicas sobre o tema para não perdê-las. Confesso também que, ao escrevê-las, acabei refletindo um pouco mais e umas dúvidas apareceram. Enfim, ainda falarei sobre o assunto. No entanto, não poderia deixar de escrever sobre algo que tem assolado minha quietação: cabelos brancos! Sim, eles estão tomando minha cabeça! Tá bom, seria um exagero dizer que estão tomando minha cabeça, mas é que já apareceram uns três ou quatro (talvez cinco) fios, e eles não são daquele tipo que você tem de vez em quando mesmo quando é mais jovem. Não! São do tipo que aparecem com a idade! Estou certo disso. Vinte e oito (pouquíssimos!) anos, e eles começaram a aparecer a fim de me tirar o sono. Esses dias um amigo, o Mitch, olha pra mim e diz: Olha, um cabelo branco! Ao que respondi: Tem certeza que não é um daqueles fios loiros bem claros (falô alemão!)? Ele: Não, é cabelo branco. Eu: Arranca preu vê. Ele: Por quê? você não gosta? Eu: Não, não ligo pra isso... Mas isso foi naquele dia, onde outra pessoa, e não eu, encontrou o bendito fio na minha cabeça. No entanto, ontem, ao me olhar no espelho, algo chamou minha atenção. Bem ali, um pouco acima da orelha, eis que emerge um reluzente fio de cabelo branco. Não era cinza. Era branco. Alvo, alvíssimo. Olho mais atentamente, e, para meu desgosto, ele não está sozinho. Não. O mal-aventurado fio precisa de companhia. É como se ele sozinho não tivesse forças pra me dizer: velho. Pra isso ele reúne um pequeno grupo de amigos da mesma coloração (ou ausência dela) pra cantar em coro: velho.
Barrigudo, careca e grisalho.
Será que devo começar a escrever sobre minhas outras caractéristicas? Talvez escreva sobre meu charme natural, ou sobre o meu bom-papo, ou minha inteligência, ou meus tantos talentos. Quiçá escreva sobre minha modéstia...