sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Memórias sem lembranças

Final de semana passado estive na casa da minha mãe. No domingo celebramos seu aniversário e também o de outros dois tios. Minha avó, dona Esther, esteve presente. Ao chegar, como sempre, ela me abraçou muito forte e chorou emocionada. Falou que estava com saudades e sobre como era bom me rever. Na verdade, tenho certeza que ela não se recordava de quando fora a última vez que havíamos nos visto. Não que fizesse tanto tempo assim. Minha avó padece de uma triste moléstia: o Mal de Alzheimer. Por vezes chego a ter um pouco de pena do tal alemão. Quem gostaria de ter seu nome associado à tão infeliz doença?

Sentado ao seu lado com meu braço esquerdo passando por sobre seus frágeis ombros, ela segurava e apertava a minha mão. Em silêncio aproveitávamos a presença um do outro. Enquanto acarinhava o músculo flácido de seu braço, intercedia em pensamento pedindo a Deus que desse a ela sossego, paz... Vez ou outra ela dizia alguma coisa: "Lembra, filho, quando éramos só você eu eu?". E ela chorava sentindo saudades de uma época que nunca existiu. Em minha mente eu respondia:"Vó, nunca houve este tempo", mas não em meus olhos. Meus olhos apenas sorriam para ela.

"Vovó, querida! Na glória iremos nos lembrar de todos os bons momentos que passamos. Lá passaremos ainda tantos outros juntos e, então, teremos toda a eternidade para nos recordar..."

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Hasta que ya no respire más

Tem um CD que ando ouvindo muito ultimamente. O álbum é o 24.7 da banda mexicana Rojo. O veinticuatro siete é o segundo álbum da banda (se não me engano, eles têm 5 álbuns gravados) e leva este nome pelo desejo dos integrantes de estar com Deus veinticuatro horas al día, los siete días de la semana. Mas não é a banda ou o álbum a razão pela qual escrevo este post, e sim algo que refleti por causa de uma música do álbum: Hasta que ya no respire más. O disco todo é muito bom, e esta música é a que mais tem ministrado ao meu coração. Decidi escrever o post porque, no coro, o cantor diz: Jesus, Te quiero amar y corresponder con todas las fuerzas de mi ser. Que lindo este coro!!! A grande questão, o que realmente tem me ministrado, é a palavra corresponder. Como corresponder a tão grande amor??!! Sei que não somos merecedores deste amor tão sem noção, um amor sacrificial, incondicional. Um amor de Pai que entrega e permite que seu Filho seja voluntariamente morto (Sim, O Pai O entregou, mas Jesus mesmo, por amor, quis morrer por nós!). Um amor diário, diariamente experimentado nas coisas grandes e nas pequenas, em cada cuidado, em cada livramento, em cada mimo (O Espírito manifestando Seu amor e Seu poder. Trindade linda!)... Que AMOR! Diante deste amor revelado, como corresponder? O que fazer para que O Grande Deus saiba o quanto eu sou grato a Ele e que O amo de volta? O mais engraçado é que Ele não precisa do meu amor. Ele não precisa sentir-se amado por mim, é auto-suficiente. Mas eu sim. Ah, como preciso do Seu amor! E, pra falar a verdade, eu nem preciso corresponder ao Seu amor. Como disse anteriormente, Ele me ama incondicionalmente. Deus me ama, ponto final. Graça... Conceitos tão malucos que não cabem na cabeça do homem. Graça. Amor incondicional. No entanto, ainda que Ele não precise do meu amor ou da minha veneração, eu O amo e O adoro. Eu desejo corresponder a Ele, a todos os benefícios desta nossa relação desigual onde eu sou o único beneficiado. Ainda que Ele não precise de mim, desejo servi-Lo, cumprir tudo o que Ele desejar. Tudo por amor, amor a Ele. Muitas vezes desejo até sacrificar a mim mesmo, matar coisas que amo e desejo, simplesmente por amá-Lo, para demonstrar o quão longe eu iria por este amor.

Abaixo minha tradução para a canção título do post. A traduzi livremente, colocando minha interpretação. Caso queiram ouvir a música que me fez refletir sobre “corresponder ao amor de Deus”, clique no link após o texto. Espero que, ao ouvi-la, o Espírito Santo inunde todo o seu ser com o amor de Deus e que você se lembre que, independente de quem você é ou de como você está, existe um Deus Pai que o ama, um Deus Filho que morreu por você, e um Deus Espírito que o conforta e o consola. Deus é e está mais perto do que pode imaginar. Ouça esta canção e renda-se a Ele. (clique aqui para ouvir a música).

No momento em que mais precisei de você eu pude ver o seu amor me alcançar. Este amor, então, encheu todo o meu interior.
Agora você está muito perto de mim e eu não consigo mais viver sem você. Você roubou o meu coração e o meu amor.
Jesus... Eu quero amar você e corresponder ao seu amor com todas as minhas forças.
Jesus...Eu quero me humilhar aos seus pés e o adorar até que eu já não respire mais, enquanto eu viver...
Sua graça e seu perdão me abraçaram e o seu Espírito me encheu.
Você é o rei do meu amor. Quero sempre estar com você para escutar e ver o seu coração. Você é meu amigo. Você é meu Deus. É o meu amor!
Eu o adoro e me prostro diante de você. Você é a minha canção e o meu amor.
Te amo, Deus! Te amo, Jesus! Sempre o amarei, e nada poderá mudar isso!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Modéstia a parte, literalmente, claro!

Vá lá, assumo que sou um pouco crítico (tá bom, sou muito crítico!), mas é que tem coisas que, se não irritam a todo o mundo, pelo menos deveriam! Pleonasmos, por exemplo. Quem não fica irritado (incomodado no mínimo) ao ouvir um clássico “menino, entra pra dentro”? Ou então um super modernoso: um plus a mais (esse ouvi de uma ex-chefe). Sobre os tais pleonasmos nem vou me estender, já que rola na net um vídeo muito bom do ator Marcius Melhem especificamente sobre isso (pra ver, clique aqui).
No entanto, há duas pérolas que merecem atenção: modéstia a parte e literalmente. Em relação à primeira, certa feita uma prima veio me contar sobre uma de suas amigas. Vamos chamá-la de Creuza. A Creuza usava “com primor” (se este texto estivesse sendo narrado, as aspas seriam irritantemente encenadas com os dedos- ensenadas, se fosse a Sasha ensenando), sem modéstia alguma, o tal do modéstia a parte. Tudo bem, imagino que a Creuza não teve muitas oportunidades de instrução e tal... Mas há limites! A sábia amiga de minha prima acreditava que o termo era usado para substituir algo como “em minha opinião”. A pobrecita chegou a dizer: Modéstia a parte, a Regina Duarte é uma ótima atriz! Hahahahaha. Lordy Lord! Como na família somos todos (um pouco) bobos, a partir dali tudo o que dizíamos começava com um sonoro modéstia a parte. Ah! Em tempo: Regina Duarte? Ótima atriz? ¬¬
E o Literalmente? Jesus, Maria e José! Quando é que as pessoas vão entender que algo literal é algo ao pé da letra??!! Mas nããããão! Vamos usar o literalmente para enfatizar as asneiras que dizemos! O cara vai e ganha uma bolada que não estava esperando. Você gentilmente, com certa alegria quase genuína, cumprimenta o felizardo ao que ele responde: “Pois é! Tá caindo dinheiro do céu, literalmente!”. It’s rainning money, hallelujah! Meu amigo, me fala onde é este lugar que eu to correndo pra lá!!! Outro exemplo: “o cara tava com tanta pressa que pegou o carro e, literalmente, saiu voando”. Literalmente. Quem sabe num futuro próximo...