quarta-feira, 7 de julho de 2010

Tampouco o condeno

"Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. Os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério e pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. Na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. Como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. Tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. Endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. Disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais." João 8:1-11


Hoje pela manhã, pensando a respeito de algumas situações, Deus me trouxe à mente este texto. De forma amorosa e gentil (como Ele sempre faz) ministrou-me Sua palavra e trouxe-me algumas reflexões. Nada novo, nenhuma grande revelação. Apenas princípios simples os quais deveríamos vigiar com maior freqüência (a trema ainda não foi abolida completamente!).

Aquela mulher fora pega adulterando em flagrante. O texto não nos diz a razão pela qual o homem com quem ela estava não está na cena. Não sei muito sobre a cultura daquele povo naquela época, portanto, não farei comentários a este respeito. Vou focar-me apenas na mulher. Segundo as leis, aquela mulher deveria ser apedrejada até a morte, e era isso que o povo estava disposto a fazer. O povo esbraveja, gritava, arrastava a mulher pelo chão de terra jogando-a de um lado para o outro, prontos para o gran finale, prontos para executar justiça. Adúltera, Adúltera! O barulho da execução chamava a atenção do povo que se reunia em volta para prestigiar aquele momento. Refletindo um pouco sobre isso, pergunto: onde estaria eu neste momento? Possivelmente faria parte daquele grupo e estaria urrando com vontade: adúltera! Como me conheço bem, imagino que, mais do que apenas gritar, eu já teria escolhido algumas pedras de bom tamanho. Foi isso que pensei nesta manhã. Pensei: em que isso se diferencia hoje? Como reajo quando sei que amigos próximos cometem pecados, morais ou não? Como reajo quando vejo pessoas cometendo erros? Tenho pegado pedras nas mãos e as apontado?

Jesus vinha realizando curas e grandes milagres. Aqueles homens da lei desejavam pegá-Lo no pulo, queriam que Ele cometesse algum erro para que pudessem condená-Lo. Por isso eles insistiam: "O que acha que devemos fazer? A lei de Moisés nos diz que ela deve ser apedrejada. Você irá contra a lei? Vamos, o que nos diz? A matamos?" Como insistiam, e porque Jesus sabia o que ia acontecer, Ele deixa de escrever na areia e olha para aquela situação. Imagino que nesta hora o povo se calou. Havia uma multidão naquele lugar. Havia os que estavam seguindo a Cristo para ouvir os Seus ensinamento, e haviam também os que tinham ido pra ver a execução. Mas nesta hora o povo deve ter se calado. Eles ouviam os mestres da lei que eram pessoas respeitáveis, importantes, e também ouviriam a Cristo. E então O Senhor diz: "Aquele que está sem pecado que atire a primeira pedra". Após dizer isso, Ele segue escrevendo na areia. Toda aquela gente, então, começa a pensar sobre si. Eles começam a refletir sobre suas próprias vidas, sobre cada uma das leis que haviam desobedecido. Começam a pensar sobre seus pecados, dos mais simples até os mais imorais. Dando ouvido à sua consciência, um a um, o povo passa a deixar o local. Os mais velhos saem primeiro. Eles são mais experientes, maduros, sabem que sua consciência os acusa. Os mais jovens, impetuosos, demoram mais a refletir. No entanto, ao virem os mais velhos saindo, eles refletem um pouco mais profundamente, notam que sua consciência também os acusa, e também deixam o local.

A multidão que apedrejaria a mulher não existe mais. Aquela mulher com suas roupas rasgadas, suja de terra, agora pode ver o homem que a salvou. Ele está reclinado escrevendo na areia. Ela está feliz por estar viva! Ainda assim, a vergonha de seu pecado está exposta. Ela foi pega em adultério e agora todos sabiam de seu erro. Suas vestes sujas, os arranhões e cortes na pele são conseqüências de seu pecado. Ela, como suas vestes, sente-se suja e talvez envergonhada demais para olhar em outra direção que não o chão. Então Jesus endireita-se, olha ao seu redor e vê que a multidão se foi. Tomado de compaixão ele pergunta a ela: Ninguém a condenou? Cheia de vergonha, talvez sem olhar nos olhos de Cristo, ela responde: Ninguém, Senhor. Ainda envergonhada, ela reconhece o Senhorio de Cristo, O chama de Senhor. Sabe que Ele a salvou e que ela Lhe deve a vida. Então Jesus espera que ela olhe até Ele e, fitando-a profundamente nos olhos, com o olhar mais amoroso que alguém jamais poderia experimentar, diz: Eu tampouco a condeno; Vá, e deixe de pecar. Ah, aquela mulher sente-se extasiada! Ela está viva! Acaba de ser absolvida de seus erros, não precisa mais sentir-se suja e envergonhada. Está perdoada! Está livre! A Palavra não relata, mas creio de todo coração que aquela mulher, por gratidão e amor, deixou a vida de pecado e passou a servir a Cristo. Como seria diferente? Ela estaria morta não fosse por Jesus.

O Reino de Cristo é um reino de perdão. Aprendi isso num momento muito difícil da minha vida, um momento onde me sentia exatamente como esta mulher: sujo, envergonhado pelo pecado. Como na história, Cristo também fitou meus olhos com amor e me disse: "Não te condeno, Filho. Simplesmente deixe de pecar". Por gratidão e amor, por Jesus ter dado Sua própria vida para que eu viva livre e não possa ser apedrejado ou condenado de maneira alguma, por ninguém, eu respondo: "Sim Senhor. Eis-me aqui para amá-Lo e serví-Lo".

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Deus procura adoradores

O povo brasileiro é o povo mais adorador do mundo, nenhuma dúvida quanto a isso. “Deus procura adoradores”. Tarefa fácil em nosso país. Facílima, eu diria. Para encontrá-los em tempos de Copa do Mundo, ou, como preferem chamar atualmente, em tempos de Mundial, basta olhar para o lado. Encontrou? Eu sim. Eu vejo adoradores nas ruas, nos trens e metrôs, nos ônibus, nos carros passando nas ruas. Eu vejo adoradores de todas as idades andando de um lado para o outro, todos caracterizados com suas vestes e instrumentos de adoração. Eu vejo em seus olhos a alegria em prestar culto ao objeto da sua adoração, ao seu ídolo. O povo se reúne para adorar: comunhão. Há celebração, festas incríveis em seu ajuntamento! Bandeiras flamulam, gritos de júbilo são ouvidos, danças, saltos, cânticos de guerra, de vitória, de louvor.

De fato, tarefa fácil encontrar adoradores em nossa nação. Adoradores cegos, néscios, levados pelas motivações erradas. Uma nação que pára tudo, absolutamente tudo, o que está fazendo para adorar a seu deus, para entronizá-lo.

Deus procura adoradores? Sim, mas não apenas isso. Adoradores que O adorem em espírito e em verdade. Que venha o tempo onde as escamas dos olhos dos adoradores de nossa nação caiam e que o alvo de sua adoração seja mudado. Que venha o tempo onde as pessoas agitarão bandeiras e gritarão de júbilo em louvor e adoração ao único Deus merecedor: YHWH. Que venha o tempo onde os ajuntamentos ocorram para que as línguas confessem que Jesus é O Senhor, e que os joelhos se dobrem diante d’Ele. Que venha o tempo onde a nação pare, o trânsito fique caótico, os trens e ônibus lotados, as pessoas corram pelas ruas para não se atrasar para a melhor e a mais digna reunião: o culto racional a Deus.