
Sentado ao seu lado com meu braço esquerdo passando por sobre seus frágeis ombros, ela segurava e apertava a minha mão. Em silêncio aproveitávamos a presença um do outro. Enquanto acarinhava o músculo flácido de seu braço, intercedia em pensamento pedindo a Deus que desse a ela sossego, paz... Vez ou outra ela dizia alguma coisa: "Lembra, filho, quando éramos só você eu eu?". E ela chorava sentindo saudades de uma época que nunca existiu. Em minha mente eu respondia:"Vó, nunca houve este tempo", mas não em meus olhos. Meus olhos apenas sorriam para ela.
"Vovó, querida! Na glória iremos nos lembrar de todos os bons momentos que passamos. Lá passaremos ainda tantos outros juntos e, então, teremos toda a eternidade para nos recordar..."