Ode ao O Amor

Em tudo vejo o Teu amor. Tu és o próprio Amor. Estás na brisa suave que canta ao balançar as folhas e no vento impetuoso que move o mar que se agita feroz. Estás no pavoroso rugido do felino selvagem e na mudez da girafa. És a luz ofuscante do sol que brilha ao meio-dia e a treva densa da noite que não tem luar. Tua voz está contida no primeiro choro do bebê que luta para respirar e no último suspiro do homem que acaba de entregar seu espírito. Seus movimentos doces estão nas curvas do riacho que serpenteia devagar, mas danças com força violenta nas águas das cataratas. Estás gravado nos desenhos que o vento esculpe gentilmente na sólida rocha. Tua glória é refletida em cada cor do nascer e do pôr do sol. És o brilho do céu. És o brilho do sorriso do menino. Estás em mim, estás no outro, estás em nós. Tu eras, Tu és e pra sempre Tu serás Deus.

Gosto quando ela ri

Eu gosto quando ela ri. Gosto quando ela não pode conter o riso e ele acontece numa explosão de dentes, sons felizes e olhos brilhantes.

Gosto quando ela ri. Gosto quando uma câmera capta aquele momento singular de espontaneidade e o registra para sempre, perenizando a emoção passageira.

Eu gosto quando ela ri. Gosto quando digo qualquer coisa boba que a faça rir porque a sua risada me faz especial, engraçado, o centro das suas atenções.

Gosto quando ela ri.

Minha visão sobre mulheres apaixonadas

Ela estava completamente apaixonada por aquele cara. Ele era boa pinta, bem sucedido na carreira e ambos frequentavam os mesmos círculos sociais. Conheciam-se apenas de vista e talvez tivessem um ou dois amigos em comum. Ainda que nunca houvessem trocado mais do que um formal "boa noite", ela era apaixonada por ele. Loucamente. A vida dele era minuciosamente investigada através das redes sociais. Ela sabia que supermercado ele frequentava, que tipo de musica ouvia e já conhecera parte de sua família. Por vezes, buscava interagir com ele virtualmente, mas nunca fora correspondida. "Nem um retweet", pensava ela lamentando-se por todas as vezes que ele deixou de retuitar algo incrível que ela tuitara. Cega de paixão, e cansada da solteirice que a assolava, ela toma a decisão de falar com ele:

- Olha aqui, Pedro, ou a gente começa um compromisso em duas semanas, ou me esquece!

- Mas... (her, gasp, glup) Quem é você?

- Não me venha com essa história! Você está apenas me enganando, brincando com meus sentimentos!

- Você é a amiga da Joana?

- O prazo tá correndo. Quinze dias, e nem um minuto a mais! - Ela vira-se violentamente e sai.

Silêncio. Ele está olhando fixamente para o vazio no momento mais surreal de sua vida.

Instantes depois, como reagiria qualquer outro homem, ele ignora a situação e segue com sua vida.

Correndo até a Ti

Não estava bem certo se queria escrever um poema, compor uma canção ou escrever este post. Uma coisa é certa: sinto falta de Deus. Sinto falta da Sua presença, do calor de quando Ele está junto. É engraçado porque, para todos os fins, eu não estou longe d'Ele. Tenho tido comunhão com Ele quando vou à igreja, com os irmãos. Na verdade, já é o segundo dia que acordo mais cedo pra orar, falar com Ele. Tenho discernido coisas espirituais e sido usado por Ele para abençoar. Graça. Pura graça. Ainda assim, Ele não está aqui. Não como eu gostaria, não como já esteve. Há alguns dias tuitei algo mais ou menos assim: "Deus, se eu correr até você, você correria até a mim? Assim nos encontraríamos mais rápido porque seus passos são mais largos". Saudade. Dizem que essa palavra é encontrada apenas na língua portuguesa. O Michaelis a define da seguinte maneira: "Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas". Mais que uma recordação nostálgica, sinto falta, necessidade da presença doce de Deus, da Sua gentileza, do Seu amor. "Coisas passadas", jamais! "Distante"? Talvez. Por minha causa, não por causa d'Ele. "Deus, me distraí por uns instantes durante a corrida, mas já estou aqui novamente, correndo. Por favor, continue correndo em minha direção. Já O vejo se aproximando!".